Robótica desperta o interesse de alunos do ensino integral no Gama

Os alunos do Centro de Ensino Médio 3 do Gama aprendem programação, montagem, eletrônica, raciocínio lógico e espírito de equipe nas atividades semanais de robótica. E esperam levar os ensinamentos para a vida e para o futuro no mercado de trabalho | Foto
Os alunos do Centro de Ensino Médio 3 do Gama aprendem programação, montagem, eletrônica, raciocínio lógico e espírito de equipe nas atividades semanais de robótica. E esperam levar os ensinamentos para a vida e para o futuro no mercado de trabalho | Foto

A robótica tem sido cada vez mais utilizada como uma ferramenta de aprendizagem. A rede pública de ensino do Distrito Federal tem aliado os currículos de ciências e matemática à tecnologia. As oficinas ofertadas dentro do modelo do ensino médio em tempo integral (EMTI), na maioria das vezes, são optativas, o que não significa salas vazias. Os alunos do Centro de Ensino Médio 3, do Gama, têm enfrentado verdadeiras disputas para participar das atividades do Laboratório de Robótica.

Os alunos do Centro de Ensino Médio 3 do Gama aprendem programação, montagem, eletrônica, raciocínio lógico e espírito de equipe nas atividades semanais de robótica. E esperam levar os ensinamentos para a vida e para o futuro no mercado de trabalho | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

De acordo com o coordenador do EMTI na escola, Rodrigo Damasceno, a oficina é muito disputada pelos estudantes e mais de 200 alunos interessados em participar das aulas se inscreveram no início do ano. “Hoje a oficina é a mais procurada, mas nosso espaço ainda não comporta todos. Então, tivemos que fazer um processo seletivo, com prova, para escolher os estudantes, e a participação deles é muito boa”, relata.

E toda essa procura tem motivos. A experiência com disciplina começou há quase três anos na escola ,e os resultados são motivo de orgulho. “Ano passado, conseguimos o terceiro lugar na Olimpíadas Brasileira de Robótica [OBR] – fomos a única escola pública participante e ficamos muito felizes”, declara Damasceno. E as equipes da escola já estão em preparação para as competições da OBR deste ano, em agosto.
 

A professora Roberta Inácia acredita que a oficina é chamativa para os alunos, porque alia teoria e prática. Além disso, pode ser determinante para o futuro profissional de muitos jovens. “Eles entram aprendendo o que é cada conector, cada ferramenta. No primeiro ano e nos anos seguintes, aprendem de maneira mais profissional, até porque, hoje em dia, estão cobrando muito a parte de tecnologia e informática no mercado de trabalho. E, aqui, eles recebem o embasamento inicial”, reforça.‌

Diferencial para o futuro

No contraturno escolar, aproximadamente 80 alunos, de 14 a 17 anos, aprendem programação, montagem, eletrônica, raciocínio lógico e espírito de equipe nas atividades semanais de robótica. E os estudantes esperam levar os ensinamentos para a vida e para o futuro no mercado de trabalho.

Um deles é Gustavo dos Santos, 17 anos, que já atua profissionalmente como programador com os conhecimentos adquiridos na aula e espera, em breve, ingressar em uma faculdade na área. “Estudo robótica desde 2019, e aqui o professor me mostrou um novo mundo; pude descobrir o que é um arduino [placa eletrônica expansível que pode ser utilizada para o desenvolvimento de protótipo], um sensor de cor. Hoje, sou programador, e pretendo seguir carreira em engenharia de software. Sem a oficina, não teria essa decisão do meu futuro e consigo levar a robótica para o meu dia a dia”, diz o aluno.
 

Gustavo dos Santos já atua profissionalmente como programador com os conhecimentos adquiridos na aula, e espera, em breve, ingressar em uma faculdade na área
 

Outro que pretende também seguir carreira em tecnologia é o estudante Augusto Siqueira Dias, 16 anos. Para ele, as facilidades das aulas práticas e  as competições são grandes diferenciais. “Gosto muito da parte de montagem, e gostaria de me especializar nisso. Estudar no modelo prático é bem interessante, não é todo mundo que aprende com facilidade na lógica e todos convém que é entediante ficar sentado aprendendo teoria. Durante as aulas práticas, apreendo montagem, a trabalhar em equipe e participo das competições”, completa.

Formação integral

De acordo com a Secretaria de Educação (SEE), as escolas de ensino médio em tempo integral têm uma proposta pedagógica de formação integral e integrada dos estudantes. A ampliação da jornada escolar favorece não só as aprendizagens, mas o desenvolvimento nas dimensões cognitiva, física, social, emocional e cultural.
 

“A implementação do programa prevê uma organização pedagógica constituída pela Base Nacional Comum Curricular [BNCC] e por uma parte flexível, chamada de Itinerário Formativo Integrador, na qual os estudantes têm a possibilidade de cursar unidades curriculares com temáticas diferenciadas, como a robótica”, explica a especialista pedagógica Érika Botelho, do Programa de Fomento às Unidades Escolares de Ensino Médio em Tempo Integral.

Além da robótica, as escolas desenvolvem projetos e oficinas de escrita criativa, desporto, música, informática, agrofloresta, teatro, experimentos científicos. “Temos também aquelas que ofertam o ensino médio em tempo integral integrado à educação profissional, com cursos como técnico de informática e em computação gráfica”, completa Botelho.

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